Resenha: Todo Dia, de David Levithan

Voltei de novo com mais uma resenha, e dessa vez é uma MUITO ESPECIAL e de um dos melhores livros que eu já li na vida, sério!

É muito difícil falar de um livro que é tão especial para mim, mas okay, vou tentar.

Autor : David Levithan
Páginas : 280
Editora : Galera Records

Todo dia A acorda em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Já imaginou como seria se você acordasse todo dia em um corpo diferente? Como seria ser outra pessoa, ou melhor, pegar o corpo de outra pessoa emprestado por um dia? Essa é justamente a premissa de Todo Dia.



A é um adolescente que todo dia habita um corpo diferente, sendo menino, ou menina, onde permanece por apenas um dia, antes de mudar de hospedeiro. Sua vida é basicamente viver a vida dos outros. Porém, ele tem personalidade própria e pensamentos únicos, que se adaptam a de seu hospedeiro, carregando consigo bastante conhecimento adquirido ao longo do tempo. O autor aborda de forma majestosa a diversidade humana; diferentes formas, culturas, pensamentos, problemas e até mesmo doenças. Trazendo uma análise psíquica dos seres humanos e abordando diversos temas como a importância da aparência, o preconceito, relacionamentos familiares, depressão, rótulos, sexualide, etc. É um livro extremamente reflexível e tocante, que faz você pensar sobre suas atitudes e valores pré-estabelecidos.

A sempre acorda no corpo de alguém com a mesma idade que ele, sendo esse o único padrão existente. Nem ele mesmo se entende, e já cansou de procurar as respostas que explique isso, se conformando com sua vida nada convencional e ditando para ele mesmo duas regras; nunca criar laços - evitando sofrimentos, pois no dia seguinte estará em um novo corpo e nunca mais verá aquelas pessoas novamente - e evitar estragos - vivendo o dia daquela pessoa da forma mais próxima que o dono do corpo viveria, sem alterar muita coisa, pois no dia seguinte o hospedeiro assumirá o controle e seguirá sua vida normalmente, sem se lembrar de muita coisa -. Por causa disso, A é uma pessoa solitária, sem pais, amigos ou um relacionamento amoroso. Um de seus principais medo é morrer sem ninguém sentir sua falta ou saber de sua existência.



Nos dias seguintes, ele passa a se encontrar com Rhiannon em outros corpos, sendo surpreendido por não conseguir esquecê-la. O amor que sente por ela quebra todas as regras que estabeleceu e ele luta para quebrar todos os problemas e obstáculos. Mas será que Rhiannon o aceitará como ele é e será capaz de amá-lo? E será que é certo a interferência que ele passa a fazer na vida de seus hospedeiros? Esse é o ponto do livro. Um livro completamente instigante. 

Minha Opinião

O que sempre fica na cabeça do leitor é : O que A é na verdade? O autor tenta abordar esse assunto no final do livro, mas acaba deixando de lado, o que na verdade não me irritou porque acho que se ele fosse explicar teria que dar MUITA explicação e para mim o livro foi perfeito da primeira página até a última.O livro nos mostra o quão imperfeitos somos e que por mais perdidos que possamos estar, sempre há salvação. Nos faz ver de uma nova forma a definição de gênero e sexo ao questionar se o amor pode ultrapassar as aparências do corpo, seja ele masculino ou feminino. Eu me irritei algumas vezes com Rhiannon, em outras me encantei. Mas em todo momento eu consegui lhe entender e por isso achei a personagem bastante realista. Essa é uma obra emocionante e sensível, que merece ser degustada com atenção e calma para não perder nenhum detalhe. É um livro original e inovador. Sua narrativa é em primeira pessoa e bastante cativante de acompanhar. A edição do livro, capa e diagramação estão impecáveis. 

E se você ainda não leu esse livro, O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ ESPERANDO PARA LER?

#FAVORITADO

Nota : 5 estrelas

QUOTES


" Que história é essa sobre o instante que você se apaixona? Como uma medida tão pequena de tempo pode conter algo tão grande? De repente, percebo por que as pessoas acreditam em déjá vu, por que acreditam em vidas passadas; porque não há meio de fazer com que os anos que passei na Terra sejam capazes de resumir o que estou sentindo. O momento em que você se apaixona parece carregar séculos, gerações atrás de si - tudo isso se reorganizando para que essa interseção precisa e incomum possa acontecer. Em seu coração, em seus ossos, por mais bobo que saiba que é, você sente que tudo levou a isso, que todas as flechas secretas estavam apontando para este lugar, que o universo e o próprio tempo construíram isso muito tempo atrás, e agora você acaba de perceber que chegou ao local onde sempre deveria ter estado"
Todo Dia, Pág. 25

" Não quero amá-la. Não quero me apaixonar.
As pessoas não dão valor a continuidade do amor, assim como não dão valor á continuidade do corpo. Não percebem que a melhor coisa sobre o amor é sua presença constante. Assim que você estabelece isso, sua vida ganha uma base extra. Mas se você não pode ter essa presença constante, só tem uma base para sustentá-lo, sempre."
Todo Dia, Pág. 53

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